Minhas suspeitas do último post se confirmaram, estávamos caminhando para o fim de uma era, dando adeus ao bebê relógio.
-Ju, ele tá chorando.
-Que horas são?
-01h30 da manhã. Deve ser fome. Vou lá.
-Ju, ele tá chorando.
-Meu deus! Mas são 03h30!? Será que é o dente? Agora eu vou lá.
-Ju, ele tá chorando.
-Paulo, eu tenho ouvidos, você sabia? Que horas são?
-05h30. Agora eu acho que é fome, vai lá.
-Ju, ele tá chorando. Tô meio tonto, acho que não dormi nada.
-Que horas são?
-07h. Será que é o dente e fome ao mesmo tempo?
Nós nos perguntávamos (silenciosamente e rolando
de um canto ao outro da cama) onde estava aquele bebê que dormia a
noite toda. Nossas cabeças foram tomadas pelo cansaço, estávamos exaustos e vivendo um "flashback" nada agradável dos primeiros meses de vida do Antônio Bento.
Nunca saberemos ao certo o que motivou esta insônia, mas temos algumas suposições para esta mudança repentina de comportamento noturno:
Com a volta da Ju ao trabalho, o Antônio Bento pode ter sentido muito a falta da mãe, tentando compensar sua ausência pedindo para ficar ao lado dela de madrugada. Há quem diga que isso realmente acontece.
Outra suposição seria o fato de termos acostumado o Antônio Bento a dormir sendo ninado e só depois ser colocado no berço dele. Num simples despertar noturno, ele se sentiria sozinho e não conseguiria voltar a dormir sem que alguém o ninasse novamente. Será?
A fome também pode ser um dos motivos. Crescendo, sua demanda por comida pode ter aumentado. Ele também pode ter tido o sono perturbado pelo crescimento do dente. Suas gengivas estão inchadas e a coceira ainda o incomoda muito. Humm, não sei.
Porém, no desespero de ter o compromisso de acordar bem no dia seguinte para poder trabalhar, chegamos a cometer um erro considerado grave para alguns médicos especializados em comportamento infantil, LEVAMOS ELE PARA A NOSSA CAMA!
Fomos tomados pelo desespero. Nossa única missão era cessar a choradeira noturna e aproveitar alguns minutos de silêncio para tirar um chochilo, até que:
-Paulo, eu to surtando.
-Ju, eu também não tô legal não - hoje quase caí na rua e errei a estação do metrô.
-Vamos adotar a técnica do "nana neném".
-Sim, claro. O que é isso?
Continua...