segunda-feira, 29 de agosto de 2011

No olho do furacão (5)

Na segunda semana, estávamos mais confiantes e tranquilos em relação aos cuidados com o bebê. O "furacão" parecia ter diminuído sua intensidade de 5 para 2. Minha mãe, que mora em outra cidade, voltou para a casa dela. Minha sogra, que trabalha, continuou a ajudar no que podia. Decidimos, então, contratar uma diarista para realizar as tarefas domésticas.

Se alguém lhe oferecer ajuda, aceite. O segredo é não se tornar totalmente dependente. Para isso, planeje-se. Ao seu tempo, você e sua mulher retomarão suas vidas. Procurem viver um dia de cada vez. Tendo condições de contratar uma enfermeira ou babá para este primeiro período, minha sugestão é CONTRATE (especialmente se não puder contar com o apoio dos familiares e não se importar com a presença de pessoas estranhas em sua casa). Para muitos, esse início pode ser de difícil adaptação, mas tenha sempre em mente que é complicado, mas não é eterno. Isso me serviu como um mantra.

Durante esta semana, continuei a trabalhar e à noite cumpria minhas tarefas diárias como pai. Porém, na sexta-feira, entrei de férias! A partir de agora, eu poderia contribuir mais em casa e curtir a minha família.
Já no meu primeiro dia de férias, nada de descanso. O Antônio Bento precisava visitar o pediatra.

É recomendável que os bebês visitem o pediatra quinze dias depois do nascimento para realizarem a pesagem, serem examinados e terem seus exames (pezinho e orelhinha) lidos pelo médico.

Naquele mesmo dia, minha mulher tiraria os pontos da cirurgia no consultório da obstetra. Nossa agenda estava lotada.
Optamos por não continuar com a mesma pediatra que participou do parto do Antônio Bento. Nada relacionado à profissional, mas sim à distância. O consultório dela era em um bairro distante da nossa casa, o que nos fez procurar outro especialista.

Esta era a primeira vez que o Antônio Bento sairia de casa por muito tempo. Procuramos colocar tudo que ele precisaria dentro da bolsa e partimos para esta "dupla jornada".

-Paulo, tô tensa.
-Magina Ju, ele está ótimo e sua cicatrização foi excelente. Vai dar tudo certo.
-Paulo, tô falando desse elevador. Você viu quantos consultórios tem nesse prédio?! Nesse momento devem ter oito pessoas doentes subindo conosco e uma comunidade de fungos e bactérias no ar. Socorro!

Até pensei em tapar o nariz do meu filho ou apertar o botão de emergência, mas mantive a calma e falei para ela se controlar também.

Durante a consulta, após um bom tempo na sala de espera (acostume-se com isso), descobrimos que ele não estava no peso "ideal".

Quando o bebê nasce, ele perde alguns gramas antes de deixar a maternidade, o que pode chegar a 10% do peso do nascimento. Depois que começa a se alimentar, o bebê "deve" recuperar o que perdeu em até 15 dias. Caso isso não ocorra, o médico lhe dirá o que fazer.

Um dos motivos pelos quais o Antônio Bento poderia não ter recuperado seu peso de nascimento foi o fato de termos deixado que ele dormisse durante toda a madrugada. Achávamos uma benção o meninão dormir às 0h e acordar por volta das 5h ou 6h. Ledo engano. Mesmo passados os dez primeiros dias, por ordem médica a partir de agora teríamos que acordá-lo de 3 em 3 horas para mamar incluindo a madrugada.

Saímos meio decepcionados do consultório, mas estávamos confiantes que o novo "plano de amamentação" daria certo. Dali, partimos para o consultório da obstetra, que retirou os pontos e deu nota 10 para a minha mulher. Agora ela estava livre do curativo e nós tínhamos enfrentado com êxito essa grande jornada!

Era hora de aproveitar minhas férias ao lado da minha família. Nossa vida começava a voltar ao normal. Estávamos mais fortes, mais confiantes, criando nossas identidades de pais.

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