sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Que venha 2012!

 
Dois mil e onze foi um ano muito especial. Vivi experiências que jamais pensei que fosse viver. Emoções que até então eu desconhecia, momentos que ficarão marcados para sempre na minha memória.

Foi em 2011 que acompanhei de perto o milagre da vida (centímetro por centímetro), descobrindo mês a mês como tudo acontece. Tentei entender, mas percebi que nem o mais esperto dos homens conseguiria. Então, resolvi sentir. Me entreguei.

Aceitei. Me tornei mais generoso, mais humano, mais inteligente. Dei um grande passo em direção à maturidade. Entendi melhor os meus pais, meus avós e a sociedade. Descobri que a vida pode ser muito mais feliz ao lado de quem se ama e que o mundo gira de forma rápida e que a vida corre acelerada.

Amei muito. Fiz da minha casa um lar, do meu casamento uma família. Chorei de alegria, chorei de medo, chorei de sono. Chorei. Me dediquei. Fiz o meu melhor. Segurei a mão da minha mulher mesmo não sentindo a minha. Tomei um banho de intimidade. Fomos além.

Respirei fundo. Entendi mais as mulheres e seu maravilhoso universo. Aprendi que não há nada mais especial no mundo do que elas. Mães, sogras, avós, tias... São do ventre delas que viemos. Brota a vida. Respeito.

Realizei um grande sonho, o de ser pai. Conheci meu filho. O tive em meus braços. Enchi de carinho e amor. Cuidei.  Vivi muitas surpresas. Agradeci estar vivo. Aprendi o significado da palavra "saúde" e entendi que sem ela, há perdas. Me senti mais pleno, muito mais disposto. Criei um compromisso, não me arrependo. Entrei numa viagem sem volta.

Que venha 2012! Feliz ano novo!

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Santa Laranja

Como qualquer outro bebê da sua idade (4 meses), o Antônio Bento está mais faminto. Para atender à nova demanda alimentícia, foi  necessário um ajuste na dose de leite.

Até aí, tudo dentro da mais pura normalidade. Porém, como muitos já sabem ou ouviram falar, o "leite artificial" dificulta a digestão do bebê, causando, em alguns casos, a temida "prisão de ventre".

Com o Antônio Bento não foi diferente. De repente, nossas atenções estavam voltadas para o cocô dele. Na consulta do 4° mês com a pediatra, sinalizamos que as fezes estavam ressecadas e que ele tinha dificuldades para fazer cocô - ficando vermelho e liberando pequenas quantidades.

Ela explicou que a partir de agora, isso poderia se intensificar e receitou água nos intervalos das mamadas, massagens e, em último caso, o uso do supositório de glicerina (para estimular e lubrificar).

No trabalho, pelo telefone:

-Ju
-Oi
- E aí?
- Nada.
-Deu água?
-Ele detesta água.
-Massagem?
-Sim. Nada.
- Supositório?
-Já. Nada.
- Será que tem uma dança do cocô? Eu faço.
-Paulo, o assunto é sério, ele está há três dias sem fazer cocô. Liga para a doutora.
-Ok.

Casei com uma mulher que destesta telefone (uma em um milhão). Lá fui eu ligar para a pediatra explicando a falta do cocô, tentando não perturbar meus amigos do trabalho com este "agradável" assunto. Ela nos orientou a insistir na água e estimulá-lo com  o supositório três vezes ao dia. Caso nada acontecesse, tentar um suco de ameixa.

Nada feito. Até chorar olhando a ameixa ele chorou de tanto que detestou. O supositório já não fazia mais efeito. Nada de cocô.

-Doutora, tentei o suco de ameixa, mas ele tem ojeriza à esta fruta.
-Paulo, tente um suco de laranja lima e me retorne. Caso não tenhamos êxito, vou pensar na troca do leite.

Lá fui eu ao supermercado atrás de laranjas lima. Em casa, fiz um suco, coei e dei na mamadeira. Bingo! O Antônio parecia ter descoberto o néctar sagrado. Bebeu tudo, como se laranja fosse a fruta preferida dele.

O suco de laranja tem fibras, mas o mais importante nesses casos, é a ingestão de líquidos para lubrificar o intestino. Ainda estamos insistindo com a água. A laranja lima é indicada para os bebês porque é menos ácida e seu sabor é mais agradável ao paladar deles.

Algumas horas depois, fralda lotada de cocô! Lá estávamos nós, aliviados, comemorando as fezes do nosso filho como um gol na final da copa do mundo.
Hoje em dia, ele não abre mão do suquinho da tarde. Com o intestino em dia, está mais disposto, feliz e saudável. 

Antônio Bento e seu suco.

Seu filho está sem fazer cocô? Avalie com o seu médico antes de tomar qualquer decisão. Existem muitas variáveis antes de fechar um diagnóstico de prisão de ventre. Somente o pediatra do seu filho poderá lhe orientar quanto a isso. Não dê nada para o seu filho sem antes consultar o médico.

domingo, 25 de dezembro de 2011

Clipping PAIciência

Matéria sobre "aluguel de brinquedos" exibida no programa "Pequenas Empresas, Grandes Negócios" da TV Globo.


Interessante, não?

sábado, 24 de dezembro de 2011

Há exatamente um ano...


Descobrimos que o Antônio Bento estava a caminho. Leia aqui.

Feliz Natal a todos os leitores do PAIciência!

Um abraço!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Rede PAIciência - Vídeo Giovanna



Kananda Raia, mãe da Giovanna e leitora do PAIciência, enviou este vídeo para o Rede PAIciência, no qual a linda italianinha (a família mora na Itália, onde Giovanna nasceu) canta a famosa canção do sapo chulézento!



Giovanna tem um ano e três meses e é uma princesa!

Quer participar do Rede PAIciência?

Envie suas sugestões, vídeos, textos, matérias para o email pfpny@hotmail.com

e PARTICIPE!

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Sou um pai sufocador. E agora?

Vou confessar uma fraqueza. Pode ser que alguns pais e mães se identifiquem com o que vou expor neste post. Ao mesmo tempo, muitos podem achar uma espécie de desequilíbrio emocional (o que, de certa forma, eu compreenderia).

A verdade é que o meu filho completou quatro meses de vida e eu ainda não me sinto 100% à vontade quando, por alguma necessidade, o deixamos com outras pessoas. Todo esse cuidado tem a ver com o fato dele ainda ser bem pequeno? Sim, claro. Mas, percebo que trata-se de um exagero meu, que merece atenção.

Um exemplo prático desse meu "descontrole" é  como reajo quando alguém o pega no colo. Fico mostrando a melhor posição, peço para ter cuidado, passo um briefing completo de segurança e fico vigiando de longe, tentando disfarçar que tá tudo bem.  Chego a esquecer  que aquela pessoa pode ser mãe de OITO filhos, vó de DEZ netos e bisa de CINCO bisnetos. Quando retomo minha serenidade, não sei onde enfiar a cara de vergonha.

Sempre condenei e questionei esse tipo de comportamento. Cansei de julgar pais e mães por esse apego exagerado e desmedido, pensando no quão ridículo e constrangedor aquilo parecia. Depois que meu filho nasceu, venho recebendo (bem no meio ta testa) vários cuspes que joguei para cima.  Eu mesmo já proferi frases do tipo "creche é tranquilo", "vamos deixá-lo sempre que pintar alguém disponível para ficar com ele" , "babás são profissionais que devemos confiar" e "meu filho nasceu pro mundo". Na prática não é bem assim, vocês sabem.

A minha sorte (e a do Antônio Bento) é que sou um cara autocrítico e minha mulher  tem inteligência emocional suficiente para não embarcar nas minhas maluquices. Ela acaba me dando uns toques para seguirmos com a melhor educação para ele. Sim, ela é a cabeça da nossa família.

Hoje, quase que diariamente, me analiso para refletir se estou parecendo os "control freaks" que já vi por aí. Venho exercitando minha personalidade não-sufocadora (por mais difícil que seja) sempre que posso.  Eu sei no que a superproteção (em todas as esferas) pode acarretar. Eu mesmo fui um filho super protegido (por pai e mãe) e posso dizer, por experiência própria, que não foi bom para mim.

Deesde o início, encaro meus receios. Quando o nosso filho tinha 23 dias,  o deixamos com a minha sogra pela primeira vez.  Precisávamos de um tempo para nós (superproteção também acaba com casamentos). Mesmo que fosse desconfortável deixá-lo, era preciso executar esse plano e tentar me desvencilhar do pai nocivo que mora em mim. Tudo foi arquitetado pela minha mulher para que ele não sentisse nossa falta. Lembro até hoje de como fiquei pilhado.

- Ju, será que ele vai ficar bem?
-Claro, Paulo. Por que não ficaria?
-Não sei, ele é muito dependente de você. E se acontecer alguma coisa?
-Paulo, minha mãe me criou e eu estou aqui, viva, conversando com você, não estou?
-Ok.
-Mas Ju, e se o celular não pegar no cinema?
-Paulo, não pira.

Com o tempo, essa preocupação vem melhorando, não posso negar.  Ele está crescendo e eu amadurecendo como pai. Até hoje, não deixei de viver minha vida conjugal e social por conta de sentimentos obssessivos (somos até considerados "saidinhos" por muitos). 

Encarar de frente tais preocupações tem sido minha estratégia.  Este foi o segredo, aliado à cabeça certa da minha mulher e à uma rede de apoio na qual confio (sogro, sogra, pai, mãe, vó...) Aconselho a todos  a fazerem o mesmo. Pode ser complicado, mas tenha certeza que será compensador para você e para o seu filho.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Rede PAIciência - Texto em resposta ao vídeo "Os novos pais – a nova família”


Texto enviado por Willams: pai do João, analista judiciário do Supremo Tribunal Federal,  32 anos e morador de Brasília - DF.


Olá Paulo, tenho um filho (o João) com quase dois meses e conheci seu blog por indicação da minha esposa (ela adora blogs). Na verdade, demorei a acessá-lo, porque tenho um pouco de resistência com sites e matérias que, de certa forma, estão "endeusando" o comportamento dos pais que passaram a interagir, compreender e participar dos cuidados com o próprio filho.

Lendo alguns posts do seu blog, acredito que você não é muito desse tipo, mas daqueles que, de maneira muito clara e direta, incentivam e demonstram o quanto é bom ser um pai participativo, ou melhor, um pai de verdade (Não que o meu pai não tenha sido um pai de verdade, mas os tempos eram outros).

É que me incomoda o excesso de agradecimentos e elogios para o pai que (diferentemente dos de antigamente, que se preocupavam apenas com o sustento da família) dá banho, troca fralda, troca e escolhe a roupa, dá comida, acalenta o choro, divide as angústias com a mãe, enfim, participa diretamente da criação do filho e dos cuidados que cercam essa incrível experiência.

Tudo bem que essa mudança de comportamento e de atitude é bastante louvável, mas fica parecendo que esse tipo de ser humano exerce algo extremamente extraordinário e diverso da própria natureza e do conceito de pai.

Pior do que isso, em certas situações em que se exalta essa figura do tal “novo pai” (ou do “pai moderno”), parece que passamos a realizar ações que são e sempre serão naturalmente (e não culturalmente) da mãe. Ou seja, tem-se a ideia que passamos apenas a ajudar a mãe naquilo que é (e sempre será) obrigação dela desde que o mundo é mundo, quando, em verdade, passamos apenas a reconhecer e exercer uma tarefa que também é nossa: a de criar os filhos.

Pra mim, de fato, esse comportamento deve ser reconhecido, até pare que seja encorajado e permita que outros pais vejam o quanto é bom ser pai e ter um contato de verdade com o filho. Mas que seja um reconhecimento consciente de que não estamos fazendo algo fora do comum, mas apenas o que sempre deveríamos ter feito.

Nesse contexto, ao ver o vídeo “Os novos pais – a nova família” (postado no site), dois detalhes me incomodaram bastante (embora, no geral, o vídeo traga uma mensagem bem bacana):

Primeiro, o de querer jogar a culpa da ausência dos pais para as mães que criticam as tentativas do marido ao cuidar dos filhos. Na boa, se não aguenta, pede leite (já que não dá mais para pedir para sair). Quando faço alguma coisa que minha esposa critica, a gente senta e conversa. Às vezes a discussão não é tão tranquila, mas faz parte da construção de um relacionamento maduro e cercado de cumplicidade e carinho. Pra mim, isso é desculpa de quem já não tinha muita vontade de se envolver.

O filho é dos dois e a responsabilidade deve ser naturalmente compartilhada. Até porque, quando vejo algo que não acho correto, também converso com minha esposa e nem por isso ela se sentiu desencorajada a cuidar do nosso filho.

Segundo, a parte final que, após vários depoimentos criticando o rótulo e o modelo “antigo” de paternidade, passa a defender um novo rótulo que também detesto: a do pai irresponsável e divertido, versus a figura da mãe chata e responsável. Isso, já devia ter ficado pra trás, juntamente com a do pai exclusivamente provedor.

Mais uma vez, cabe tanto ao pai quanto à mãe, na mesma medida, a seriedade e a maturidade na educação dos filhos, bem com a busca de momentos prazerosos e mais descontraídos, ainda que cada um tenha jeito próprio de fazer isso.

Aliás, não sou nenhuma autoridade no assunto, mas acredito que essa identificação do pai quase que como um palhaço e da mãe praticamente como uma megera, que se traduz em uma diversidade de tratamento e até de opiniões, possibilita o enfraquecimento da autoridade dos pais.

A criança passa a jogar com essas características da mesma forma que o filho de pais separados, quando um faz todas as vontades e outro impõe limites exagerados, escolhe aquilo que vai ouvir ou dividir com cada um. No final, a criança desacredita a opinião do pai para assuntos mais sérios e evita conversar com a mãe assuntos mais espinhosos, já que nem eles chegam ao um acordo do que pode ou não pode. Ou seja, ela passa a procurar fora o que não encontra em casa: um porto seguro.

Mas, enfim, isso tudo, é só uma opinião de um pai busca fazer o melhor para o filho e para a sua família e que, embora ache difícil ser o melhor pai do mundo, tem a certeza de que é perfeitamente possível ser o melhor pai que o filho pode ter.

Paulo, parabéns pelo site. To adorando as dicas e partilhas.

Abraço e que Deus abençoe sua família e a de todos os leitores,

Willams do Nascimento Costa.

 
Faça como o Willams, envie sua colaboração para o Rede PAIciência (pfpny@hotmail.com)

Rede PAIciência


 Hoje, estreamos mais uma seção aqui no blog: a Rede PAIciência.
A partir de agora, os leitores (pais e mães) poderão enviar para publicação seus textos (ou de outras pessoas), vídeos (do filhote ou algo que tenha achado interessante) , fotos (ou imagens em geral), dentre outras colaborações!

Portanto, caso você tenha algo para dividir conosco, faça parte da Rede PAIciência e envie sua colaboração para pfpny@hotmail.com. Sua participação será publicada aqui no PAIciência!

Participem e fiquem à vontade!

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Sobre a paternidade

Se amas teu filho,

Responda-lhe, não o informe;

Ajude-o, não o bloqueie;

Abriga-o, não o sufoque;

Ama-o, não o idolatre;

Mostra-lhe o perigo, não o aterrorize;

Acredite em suas esperanças, não o desencante;

Não exija que seja o melhor, peça-lhe que seja bom

e dá-lhe o exemplo;

Rodeie de amor, não o isole;

Não lhe ensina a "ser" mas aja como quer que ele seja;

Lembre-se que teu filho não te escuta, mas sim te observa.



Autor desconhecido.

domingo, 4 de dezembro de 2011

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Viajar dá trabalho!

 
Quando o Antônio Bento fez três meses, decidimos visitar meus pais em Cabo Frio, a 150 km da cidade do Rio de Janeiro. Logo de cara, sabíamos que não seria uma viagem qualquer. Mesmo sendo apenas um final de semana fora de casa, estávamos deslocando um bebê de três meses estrada a fora e isso requer um certo cuidado.

Foi preciso organização para não esquecer nenhum detalhe. Exagerados que somos, parecia que estávamos planejando uma volta ao mundo. O certo cuidado, virou TODO o cuidado do mundo em nossas mãos. A verdade é que foi divertido preparar esse aparato.

Minha mulher, desde o início da gravidez, virou uma leitora adicta de blogs e livros sobre o tema. Não há nada no mundo dos bebês que ela não saiba. A lista de necessidades para esta viagem foi criação dela, que tenho o prazer de dividir com vocês:

Cadeirinha para o carro;
-Tapa sol com ventosas para os vidros laterais do carro;
-Carrinho;
-Berço de Viagem - Berço retrátil, montável - próprio para viagens (o nosso é esse aqui)
-Ventilador;
- Banheira retrátil para viagens (nós usamos essa que ele ganhou da dinda)

Mala do Bebê contendo:
4 Bodies manga curta
2 Bodies manga longa
4 Meias
2 Calças
3 macacões
1 Par de tênis
6 Panos de boca
3 Mantas
1 Jogo de lençol
1 Toalha
1 Pacote pequeno de fraldas
Meio saquinho pequeno de algodão
1 Pacote de lenço umedecido
1 Pacotinho de kleenex
1 Tubo Creme contra assaduras
1 Shampoo (cabeça e corpo)
1 Repelente (para ser usado na roupa e não na pele)
1 Aparelho elétrico que emite sons contra mosquitos
1 Radar da Chicco que repele mosquito portátil
3 Chupetas
3 Babadores

3 Mamadeiras
Água mineral para o preparo durante a viagem
Leite em pó artificial
Esterilizador de mamadeiras
Escova para a lavagem das mamadeiras

Farmacinha (de acordo com as orientações da pediatra):
Termômetro
Tylenol bebê
Remédio para gases
Supositório de Glicerina para prisão de ventre


-Ju, está tudo no carro.
-Ai que ótimo!
- Mas temos um problema.
-Qual?
-Não sobrou espaço pra gente.
-Como assim?

Após estudar várias disposições para que toda essa tralha coubesse no carro, comecei a estudar o melhor trajeto a ser feito. Pensei nos pontos de parada durante a estrada e fiz uma revisão do carro.

Leia o manual de utilização das cadeirinhas de carro e bebês-conforto, antes de utilizá-los. Segundo alguns especialistas, não é aconselhável deixar o bebê por mais de duas horas sentado numa mesma posição. Portanto, durante sua viagem, faça algumas paradas e aproveite para trocar a fralda e  pegar seu bebê no colo. 

Caso esteja na hora da mamada, melhor ainda. Em nenhuma hipótese, tire o seu bebê da cadeirinha para amamentá-lo com o carro em movimento. Planeje-se para que a mamada ocorra em uma de suas paradas estratégicas ao longo do caminho.

 A viagem foi ótima. Fizemos uma parada no meio das duas horas e meia de viagem. Nessa momento, trocamos a fralda e demos uma mamadeira. Limpinho e de barriga cheia, continuamos o trajeto. Ele, que adora o balanço do carro, dormiu quase o tempo todo. Chegando na casa dos meus pais, precisei da ajuda de todos os familiares para descarregar tudo.

Devidamente acomodado, não faltou nada para o Antônio Bento durante o final de semana. Parecia que estávamos em casa, o que acabou por não estressá-lo. Muito pelo contrário, vovô e vovó prepararam uma linda festa de três meses e cuidaram do netinho enquanto eu e Juliana resolvemos tirar dois dias de férias indo a restaurantes, praia e fazendo compras.

Hora de voltar para casa. Tudo dentro do carro, horários regulados para que a mamada aconteça na parada estratégica e pé na estrada!


terça-feira, 15 de novembro de 2011

3 meses: Um novo bebê

O Antônio Bento completou três meses. Como num passe de mágica, muita coisa mudou. Honestamente, eu não acreditava nesse papo de que "o marco dos três meses" seria um divisor de águas. A verdade é que acabei entrando para o grupo de pais que terão boas lembranças desta fase .

Mais interativo, esses dias, ele deu sua primeira gargalhada. Mais durinho, ele já fica "em pé" no colo (quem é pai sabe da angústia que é segurar um bebê molengo). Aquele bebê indefeso, foi perdendo aos poucos sua extrema fragilidade. O sono confuso (o grande vilão) deu lugar a descansos definidos e noites inteiras sonhando com os anjinhos (também consequência de muitas técnicas adotadas pela mamãe, como por exemplo a "enchendo o tanque" - livro "A Encantadora de Bebês" - Tracy Hogg).

-Ju! Corre!
-O que foi, Paulo?
-Olha isso! Ele tá gargalhando quando faço esse barulho!
-HAHAHAHAHAH (ambos rindo com cara de babaca e olhos lacrimejando)
-Não se mexam, vou pegar a câmera!



É com três meses que o pediatra americano, Dr Karp, define o fim do que batizou de "extero-gestação". Este conceito defende a teoria de que os bebês humanos nascem muito imaturos, ao contrário dos demais mamíferos.Por conta dessa imaturidade, ele aconselha que o ambiente uterino seja simulado durante os primeiros três meses de vida do bebê. Em resumo: muito colo, muito peito, bebê enrolado na manta, barulho e atenção exclusiva para que ele não se sinta abandonado. 

Mais maduro, percebemos que podíamos ir além com o Antônio Bento. Uma nova criança estava ali, na nossa frente, nos demandando de forma bem diferente a de um recém nascido. Mais atento, sensível às cores, sons e toques, percebemos que era hora de iniciar uma nova rotina.

É comum que os bebês durmam mais a noite e menos de dia. Os especialistas recomendam a inclusão de atividades de leitura durante o dia (sim, por mais que eles não entendam, isso facilita a percepção dos sons e palavras, que ajudarão no desenvolvimento da língua), brincadeiras com objetos coloridos e texturizados, cantorias e longas conversas.

Nem tudo são flores nos três meses, no pacote, também veio um bebê mais voluntarioso e de personalidade forte. O Antônio Bento chora quando quer alguma coisa (ficar sentado no colo e dormir, por exemplo) e demonstra, claramente, quando não está à vontade em um determinado ambiente (casa ou colo de estranhos).

Segundo os especialistas, é importante que o bebê comece a ter contato com outras pessoas fora do seu convívio. Desta forma, ele começa a perceber que existem outras pessoas no mundo e que elas são diferentes fisicamente do papai e da mamãe. Desta forma, no geral, o bebê diminuirá a estranheza pelo desconhecido.

A mãozinha começou a abrir e já quase que mora dentro da boca. Segundo a pediatra, o correto e deixá-lo explorar as mãos, mesmo que, logo em seguida, ele comece a chupar o próprio dedo e adormeça. O banho começa a ficar mais divertido também. Muito alegre, qualquer atividade diferente rende boas risadas com o bebê.

O relacionamento entre pai e filho mudou. Aquele bebê quase que 100% dependente da mãe já não existe mais. Agora, pode ser que ele só pare de chorar ou durma no seu colo. É hora de tirar onda e aproveitar essa fase. Como não se emocionar com o seu filho abrindo um sorrisão, balançando braços e pernas ao te ver chegar do trabalho?



Aproveitem!


quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Tutorial PAIciência - Troca de Fralda


Mais um vídeo escolhido por vocês: troca de fralda. Neste tutorial, faço um passo a passo de como eu realizo a troca de fralda do Antônio Bento. Vale lembrar, que não há regras para isso. Espero que este vídeo sirva de inspiração para todos os pais que ainda consideram a troca de fralda um momento difícil de lidar.

A troca de fralda é mais uma oportunidade na qual você poderá conversar com o seu filho, entrar em contato físico com ele e mostrá-lo um sentimento de cuidado e carinho. No início, pode ser uma experiência desengonçada ou, até mesmo, desagradável. 

*Nos primeiros dias de vída, o bebê faz um cocô preto ou verde bem escuro. Não se assustem, trata-se do mecônio, normal nesta época.

Não há uma regra (muita gente dirá de 30 em 30 minutos ou de uma em uma hora) para a troca de fraldas. Saiba que não é aconselhável deixar seu filho sujo por muito tempo devido às assaduras. Lembre-se sempre que o choro pode ser um sinal de fralda suja. Hoje em dia, as fraldas são modernas e mantém o bebê seco por horas e horas.

*Antigamente, as fraldas eram de pano. Logo em seguida de um inofensivo xixi, a urina esfriava e o bebê chorava de frio e desconforto. Hoje, isso não acontece. Você pode ficar tranquilo durante o sono do seu filho. Não é necessário acordá-lo para a troca de fralda.

Os cuidados com o umbigo nos primeiro dias, até que ele seque e caia, será de acordo com a orientação passada pelo pediatra, ainda na maternidade. Caso não toquem no assunto, pergunte você mesmo antes de deixar o hospital.



Até o próximo vídeo: como enrolar o bebê na manta.

Clipping PAIciência - Correio Braziliense

Correio Braziliense - Revista do Correio
De longe, a melhor matéria sobre os "novos pais" que já li. O artigo, escrito pelas jornalistas Flávia Duarte e Olívia Meireles, traz informações úteis que envolvem a paternidade, como os preparativos dos pais para a chegada do bebê, sintomas masculinos, dúvidas, etc.
A matéria trata dessa nova geração de pais participativos e explica esse fenômeno.
Vale a pena a leitura.
Clique aqui.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Serenidade é tudo quando o assunto é choro

Vocês vão cansar de ouvir frases motivacionais do tipo "os bebês choram para se comunicar" ou "não há outra maneira deles expressarem o desconforto". Realmente, não há. Aprendi, ao longo desses dois meses e meio, que o melhor é tentar relaxar e respirar durante as crises de choro, mesmo que a sua vontade seja sair correndo. Serenidade é tudo nesses momentos:

-Ju, ele não para de chorar.
-É assim, Paulo...
-Ju, ele tá ficando roxinho já! Meu deus, ele engasgou com o choro!
-Vou contar 3 segundos, se ele não voltar a respirar, vou ligar pro 193.

Ele sempre voltou depois de uma leve apneia. Aliás, o choro pós engasgo é três vezes mais alto. Aos poucos, fui tentando me acostumar com a choradeira diária que, para muitos pais, faz parte do que é ter um filho recém nascido em casa.

No início (cheguei a relatar por aqui), optei pelo protetor auricular para tentar diminuir os decibéis que, somado ao estresse, chegava a me deixar com sudorese. Pensei em deixar um bombom com um bilhete de desculpas na casa de cada vizinho, antes que os mesmos pensassem em chamar o conselho tutelar.

Tentei de tudo para acalmá-lo durante os choros ensurdecedores: quiquei na bola de ar, andei quilômetros pela casa, tirei a roupa dele, coloquei mais roupa nele, troquei a fralda, dei mamadeira, dei funchicórea, antigases, etc. Cheguei a anotar num papel os tipos de choro e o que (segundo estudiosos) eles queriam dizer. Veja o vídeo abaixo:


Algumas vezes, deu certo. Muitas vezes, não. A chupeta foi uma grande aliada para que ele tentasse se acalmar sozinho (já sugeri aqui). Os cursos que fizemos e o livro "A encantadora de bebês" também nos ajudou com técnicas quase infalíveis para que o Antônio Bento pegasse no sono sem grandes escândalos. 

Ps. Escrita por uma americana (nada latinizada), o livro também nos ajuda a deixar nosso filhos chorarem um pouco sozinhos. A já considerada Bíblia dos Pais dá dicas excelentes para não "condicionarmos" nossos filhos com truques que poderão virar pesadelos no futuro, como por exemplo crianças que só dormem comendo ou sendo balançadas.

Embrulhar o bebê e chiar no ouvido, funciona. Vejam este vídeo também.



Ultimamente, venho percebendo os motivos dos choros e tentando resolver antes que ele perca totalmente o controle. Quando ele está enjoado, num dia não muito bom, tento respeitar e o deixo chorando um pouco, porque sinto que ele precisa desabafar mesmo.

Especialistas que lemos não aconselham que os pais deixem o bebê chorando por muito tempo sozinho. Muita gente fala "isso é manha, deixa chorar" ou "quanto mais chorar, mais vai dormir", mas o fato é que bebês pequenos não sabem usar o choro como arma de manipulação dos pais, eles de fato estão comunicando que algo não está bem e deixá-los chorando sozinhos causa neles um sentimento de abandono. 

Hoje, boa parte do chororô é na hora de dormir e quando o rapazinho está com fome. Felizmente, a medida em que os bebês crescem, eles adotam outra formas de se expressarem, economizando lágrimas. Fico atento aos gritinhos, o "abu gugu", ou até mesmo um bico. Torço para que as sessões de choro inexplicáveis realmente acabem aos 3 meses, como muita gente experiente já profetizou.
 
Paciência é palavra-chave.

Não há nada na jornada de ser pai que o tempo não cure. Faça disso um mantra, um adesivo, se vire, mas não esqueça.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Translactando (2)

Depois da visita à Stephanie, naquela mesma noite, continuamos a praticar a translactação. Não foi uma tarefa fácil. Cansada, minha mulher estava com os nervos à flor da pele. Faminto, o Antônio Bento chorava, sacudia a cabeça, tirando a sonda do lugar, nos deixando nervosos...

-Paulo, eu não consigo!
-Por que, Ju?
-Eu nunca fiz um mapa do Brasil com folha vegetal sozinha! Nunca utilizei o compasso como uma pessoa normal. Eu sou sem jeito!

Após muito esperar, tentar por inúmeras vezes acertar a sonda dentro da boca dele, a mamada chegava a durar DUAS horas. Por passar um bom tempo tensionada durante as tentativas, a coluna da Juliana queimava de dor.

-Paulo, NÃO SE MEXE.
-Ju, quem tá com ele no colo é você.
-Eu sei, mas é melhor não arriscar! Ele abocanhou! Tá mamando pela sonda!

No dia seguinte, conseguimos um horário de encaixe com a nova pediatra especializada em amamentação e bem estar.

-Vamos examinar esse príncipe? Papais, por favor, fiquem à vontade, podem ficar aqui pertinho de mim, eu não me incomodo, e o Antônio Bento ficará mais tranquilo, né? Podem fazer carinho nele.

Como num filme, olhei para a cara da Juliana e lembramos simultâneamente, em silêncio, do pediatra psicopata que delimitava o lugar dos pais ao redor da maca de exame.

Como uma psicóloga, a nova médica nos explicou tudo em relação à translactação, da qual ela é defensora. Ficamos horas no consultório e saímos mais animados com tudo. Realmente, o Antônio ainda estava abaixo do peso. Mas, segundo a médica, ele recuperaria rápido.

Antes de irmos embora, mais uma observação brilhante:

-Juliana, você tem que dar o que você conseguir. Você precisa se respeitar. Translactar não é fácil. Vocês estão num momento de privação de sono e estresse. Não adianta estimular o peito se você ficar louca. Caso você sinta que está no seu limite, dê a mamadeira. Há crianças que não largam o peito por conta disso. Mas  esteja ciente de que este risco existe.

Translactamos por uma semana. Até uma cadeira nova de amamentação eu comprei para minimizar as dores da coluna dela. Fizemos uma força-tarefa para a esterilização. Por muitas vezes, "montei " em cima da minha mulher na tentativa de encaixar a sonda na boca do Antônio Bento. A cena era tragicômica.

Nosso limite havia chegado. Felizmente, o leite da Juliana também.

Com o estímulo da translactação, o medicamento, as cápsulas de alfafa e o chá da mamãe, a produção de leite aumentou, mas não o suficiente para surprir às necessidades alimentares do nosso filho. Por esse motivo, continuamos a dar o leite artificial, só que, a partir de agora, pela mamadeira.

Segundo alguns especialistas, 20ml de leite materno são suficientes para garantir anticorpos e outras substâncias essenciais para o bebê. Porém, isso não garante a quantidade calórica necessária para a sua sobrevivência.

Desistimos da translactação com a certeza que fizemos o nosso melhor. A boa notícia é que o Antônio Bento não largou o peito (inclusive, ele é viciado nele) e está engordando de acordo com o planejado pela médica.

Antes da mamadeira, minha mulher oferece o peito ao nosso filho, que mama feito um bezerro. Logo em seguida, quando percebe que os peitos esvaziaram por completo, ela dá a mamadeira.

O caos da amamentação acabou. Hoje, o momento é sublime e não mais de ansiedade e desconforto.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Clipping PAIciência


Não é fofo. É lamentável. Assim como o Porcão, muitos espaços ainda não aderiram ao banheiro familiar, no qual pais e mães podem acompanhar seus filhos sem constrangimentos.
Fraldário somente dentro do banheiro feminino é machismo.
Que ano é hoje, Porcão?

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Homens de verdade trocam fraldas

Reflections of Motherhood (Reflexões da Maternidade) é genial, por isso resolvi compartilhar com vocês. Este vídeo pode ajudar tanto às mães de primeira viagem, quanto aos pais - que saberão um pouco mais sobre o que se passa na cabeça turbulenta delas.
Foi perguntado à uma série de mães "se você pudesse voltar atrás, à época em que teve o primeiro filho, qual  conselho você daria a si mesma?".
Entre as minhas preferias estão:
"Google doesnt have children" - (o google não tem filhos) - hahahaha.
"you are the expert"- (você é a expert)
Real men change diapers" -  (homens de verdade trocam fraldas) boa!
"Trust your instincts" - (confie nos seus instintos).

Assistam ao resultado, muitas vezes emocionante, sincero e bem-humorado:



segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Tutorial PAIciência - Banho de Chuveiro


Hoje inauguro a nova seção "Tutorial PAIciência" com o vídeo escolhido por vocês: banho de chuveiro.

Vale a pena lembrar que esse é o meu jeito de dar banho no Antônio Bento, baseado nas dicas de um curso que fiz.

A ideia é que este vídeo sirva de inspiração para outros pais.

Assim como eu, você encontrará a sua forma de dar banho no seu filho, seja ele no chuveiro, banheira, balde...

O banho de chuveiro é, particularmente, indicado para os pais, porque durante o banho com a mãe, o bebê costuma procurar o peito e não relaxa como deveria.

Antes do banho, aqui vão algumas dicas essenciais: 

-Nos recém-nascidos, opte por dar o banho à noite, entre a penúltima e última mamada. Seu filho dormirá relaxado e tranquilo durante horas (o Antônio Bento toma banho às 23h, mama em seguida, e chega a dormir até às 6h).

-Separe tudo antes - roupa, fralda, meias, pomada, toalha, sabonete, etc.

-Em dias frios, feche bem as entradas de ar como porta, vasculhantes, etc.

-Conte com a ajuda de alguém - não vá se aventurar a dar banho de chuveiro sozinho - talvez você precise de ajuda com o sabonete líquido e alguém para segurá-lo durante a saída do banho.

- Em dias frios, seque o bebê ainda dentro do banheiro.

-Compre uma toalha grande e macia, que tome conta de todo o bebê e que, principalmente, seque-o com eficiência. A toalha fralda apesar de tradicional e indicada por muitos, não é a melhor opção. Elas não absorvem a água e ficam encharcadas, causando um desconforto quase que imediato ao bebê.

Outras dicas vocês terão assistindo ao vídeo abaixo. Deixem suas dúvidas, outras dicas e o que quiser nos comentários deste post. Participem!


Aguardem na semana que vem o vídeo "Trocando Fralda"!

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Translactando...

No dia seguinte, fomos até à casa da especialista em bebês e amamentação, a francesa Stéphanie Sapin-Lignières. Além de abrir sua residência para consultas individuais, é lá que também funciona o "Prepar", curso ministrado por ela.
 
Com uma bagagem de mais de 30 anos assistindo papais, mamães e bebês, Stéphanie é renomada no Brasil inteiro por desenvolver e praticar técnicas que visam o bem estar do bebê e dos pais desde a gestação ao fim da amamentação.

Durante a gravidez da minha mulher recebemos várias orientações por meio do curso Prepar.

Desde o início deste blog sugiro que pais e mães façam cursos com especialistas. Durante as aulas, além de aprender, vocês poderão tirar todas as dúvidas ou, caso já tenham filhos, fazer uma boa reciclagem. O conhecimento adquirido durante as aulas (muitas delas práticas) dará mais segurança e tranquilidade aos pais.

Foi em uma de suas aulas, que descobrimos o que é a translactação. Porém, nunca imaginamos que um dia fossemos praticá-la.

Translactação é quando o bebê se alimenta por meio de uma sonda ligada a um reservatório com leite artificial. A sonda é colocada paralela ao bico do peito da mãe. Quando ele abocanha o peito, sem perceber, ele também suga a sonda, trazendo o leite artificial até a sua boca. Isso não impede que ele também beba o leite que sairá do peito durante a sucção. 

 Imagem retirada do site Mama Tutti.

A ideia básica da translactação é manter o contato do bebê com o peito. Desta forma, além de estimular a produção do leite por meio da sucção do bebê*, a mãe garantirá a ingestão de leite materno pelo seu filho, nem que seja em pequenas porções.

*Os hormônios responsáveis pela produção do leite materno, Ocitocina e Prolactina, são liberados durante o ato de mamar.

Temerosos com o fato do nosso filho ter começado a tomar leite artificial na mamadeira e, assim,  correr o risco de largar o peito e paralisar a produção do leite materno, ficamos por quase duas horas sob a assistência da Stéphanie, naquela tarde.

Atenciosa e tranquila, com uma bomba elétrica, ela verificou a produção de leite da Juliana. Saíram apenas algumas gotas de leite, comprovando a teoria de que a produção estava pequena demais para atender à necessidade do nosso filho.

A inclusão do suplemento era inevitável, porém, a partir de agora, íamos dar o leite artificial ao Antônio Bento de uma forma não-convencional, utilizando a translactação e muita paciência.

Aquela história de que "o seu leite está fraco" não existe. Todo o leite que sai do peito, mesmo que em poucas quantidades, é muito importante para o bebê. Nele contém substâncias que o leite artificial não tem, além de trazer em sua fórmula anticorpos da mãe.

Lá estávamos nós, tentando fazer de tudo para que o nosso filho recebesse o melhor. Mas o trabalho para aumentar a produção de leite não parou por aí. Além do estímulo da sucção - já resolvido com a translactação -  foi necessário que a minha mulher descansasse, tomasse cápsulas de alfafa, chá da mamãe com diversas ervas, plasil (o medicamento estimula a produção de leite e deve ser receitado por um médico) e ordenhasse com a bomba elétrica os dois peitos após cada mamada (o que também estimula a produção).

Quanto ao pediatra psicopata citado no último post, nós o abandonamos - mas essa nova etapa, eu contarei no próximo post.

Essa experiência nos serviu para entendermos que nem sempre o que o pediatra fala é uma sentença definitiva e que são poucos os profissionais que entendem profundamente sobre o aleitamento materno e todas as suas possibilidades. Pesquisem sobre o tema e alertem suas mulheres sobre as técnicas e práticas existentes antes de decidirem pela retirada do leite materno.


Antônio Bento (ainda magrinho) e Stéphanie

*O uso de medicamentos para estimular a produção de leite deverá ser prescrito por um médico.

Curso Prepar  - www.stephanieprepar.com.br

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Resultado da Enquete Tutorial PAIciência

O resultado da enquete sobre qual vídeo eu deveria começar o Tutorial PAIciência foi:

Com 68% - Banho de Chuveiro

 
Em seguida vieram:

21% - Trocar Fralda
10% - Enrolar o Bebê na Manta

AGUARDEM A ESTREIA DO TUTORIAL PAICIÊNCIA.
Fiquem ligados!

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Novidade - Tutorial PAIciência


Atendendo a pedidos, darei início à mais uma seção no PAIciência, o "Tutorial PAIciência". 

Seguindo a linha "passo a passo" (comum dos tutoriais), publicarei aqui no blog vídeos práticos de atividades cotidianas que os pais podem realizar com o bebê.

Para começar, selecionei 3 vídeos para a estreia da seção.

Ao lado, vocês podem votar na enquete e escolher qual vídeo querem assistir primeiro. Os outros serão publicados na sequência de acordo com o resultado da votação.

Fiquem ligados e participem da enquete!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Em busca do pediatra perfeito

Não muito satisfeitos com o último pediatra, decidimos procurar um novo especialista para avaliar o peso do Antônio Bento e examiná-lo. Com uma sala de espera mais vazia, ao lado da nossa casa e coberto por nosso seguro saúde, já estavávamos comemorando, quando:

-Boa tarde doutor.
-Aham. Coloque o bebê na maca, tire a roupa dele e segure-o, por favor.
-Ok.
-Do outro lado querido. Esse aqui é o lado do médico.
-Ah, tem um "lado do médico"?
-Tem, e é esse aqui. Mãe e pai do outro lado da maca por favor.
Ele examinou o Antônio Bento minuciosamente. Cauteloso, pediu exames e nos disse para amamentá-lo no peito, mas de forma diferente a do primeiro médico. Obedecemos exatamente o que nos foi orientado na esperança que ele ganhasse peso.

Com os exames realizados, voltamos ao especialista:

-Doutor, tenho algumas dúvidas.
-Aham.
-Ele tem uma bolinhas vermelh..
-Normal.
-E tem também uma barriguinha meio estufa...
-Normal, meu filho.
-Gostaria também que o senhor visse a unha do dedão que me parece encrava...
-Meu filho, você só vê defeitos no menino! 
-Defeitos? Não é isso doutor, magina, é que a gente fica meio receoso, pais de primeira viage...
-Assim não dá querido!

Depois daquela grosseria toda, o pior ainda estava por vir:

-Olha, sinto muito viu, mas o filho de vocês está passando fome. Ele não engordou. Vamos parar com o peito querida, você não tem leite suficiente, ok? Vamos entrar com um complemento artificial e logo ele largará o peito definitivamente.

Saímos do consultório em silêncio, digerindo tudo aquilo. Nossa ficha caía a todo momento no caminho para casa. Aquele choro excessivo de hora em hora começava a ter explicação. Nós estávamos há um mês achando que nosso filho sofria de cólicas, dando funchicorea, fazendo massagem, compressas, medicando com antigases... quando, na verdade, ELE ESTAVA COM FOME! Irracionalmente, nos sentimos os piores pais do mundo.

Na saída do consultório, algo nos dizia que não voltaríamos mais ali. Se voltasse, seria para mandar o médico à merda. Não queríamos mais obedecer aquele infeliz. Mas, não tínhamos muito o que fazer, precisávamos alimentá-lo com urgência.

Naquela mesma noite, vimos nosso filho mamar feito um etíope na mamadeira. Como num passe de mágica, sua feição se transformou. Calmo, ele dormiu durante horas e, quando acordou, estava mais esperto e interagindo com todos. Cólica? Que cólica?

-Paulo, não quero desistir do peito tão fácil assim. Quero esgotar todas as possibilidades.
-Claro! O que você está pensando em fazer?
-Translactação. Assim ele beberá um pouco do leite materno e um pouco do artificial. Se fracassarmos, teremos a certeza que tentamos o possível. Vamos buscar uma especialista amanhã!

Foi o que fizemos.

domingo, 4 de setembro de 2011

1 mês - meu muito obrigado - à Juliana Mattoni Pimenta

Há dez anos, a vida nos apresentou um ao outro. De melhores amigos, passamos a ser namorados.

 De namorados, passamos a ser marido e mulher. 
Assim como num perfeito romance, vivemos grandes alegrias e tristezas.

Mas a vida ainda reservava grandes planos para nós.
Essa união nos deu um presente único, que ninguém tem igual, chamado Antônio Bento.

Hoje, dia 05 de setembro de 2011, faz um mês que a família "Mattoni Pimenta" recebeu um novo integrante.

Faz um mês que estamos descobrindo o real significado da palavra generosidade e realizando nosso grande sonho.

Faz um mês que estamos amando sem limites e incondicionalmente um pequeno rapaz de 49cm que, mesmo desse tamanho, virou nossas vidas de ponta cabeça.

Nesse últimos 10 meses, você foi muito mais do que eu poderia sonhar para o nosso filho. 

Gerando-o em seu ventre e dedicando-se aos primeiros cuidados do Antônio Bento,  você me ensinou o que é ter força, garra e foco, sem perder o controle, e o que é melhor, sem perder o humor.


Obrigado por me fazer feliz. Obrigado por ser minha mulher. Obrigado por ser a mãe que é para o nosso filho.

Sem você, nada disso seria realidade.

Meu muito obrigado.

Com amor, do seu amor,

Paulo Pimenta

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Amor de pai

No dia que em que vi meu filho pela primeira vez, fui tomado instintivamente por um  particular senso de proteção que nunca havia sentido antes por ninguém. Algo que me fez descer ao berçário da maternidade discretamente apenas para ter a certeza de que ele estava lá, que me acordou durante as primeiras noites para checar se ele estava bem e, mesmo muito cansado, me fez niná-lo de madrugada observando a perfeição do rosto dele.

Há exatamente dez meses que venho provando de sentimentos diversos, sem saber bem como descrevê-los.  Para nós homens, é muito difícil realizar e digerir certas coisas. Costumamos agir no automático, alguns com uma prudência fria, principalmente quando se trata de experiências novas, vivas, com dois olhos, braços, pernas e que te chamarão de pai assim que conseguirem.
 
Como todos sabem, não geramos nossos filhos, dividindo com eles o que comemos e sentimos durante nove meses. Nossa relação acaba por ser criada em fatos concretos, palpáveis, nem por isso menores ou improfundas. O que sentimos é apenas diferente, ao nosso tempo.

Após as duas primeiras e turbulentas semanas, durante minhas reflexões, como num flashback, me perguntei "Por que chorei nas ultras? Por que fiz hidroginástica aos sábados e inúmeros cursos com a minha mulher? Por que viajei até tão longe para comprar produtos de qualidade? Por que perdi meu sono refletindo sobre como prepararia tudo para a chegada do bebê? Por que estourei meus limites de crédito e passei noites em claro tentando planejar o futuro?" e a resposta veio enquanto acariciava a cabeça ainda carequinha do meu filho: "porque sempre te amei".

 Amor incondicional, amor de pai

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

No olho do furacão (5)

Na segunda semana, estávamos mais confiantes e tranquilos em relação aos cuidados com o bebê. O "furacão" parecia ter diminuído sua intensidade de 5 para 2. Minha mãe, que mora em outra cidade, voltou para a casa dela. Minha sogra, que trabalha, continuou a ajudar no que podia. Decidimos, então, contratar uma diarista para realizar as tarefas domésticas.

Se alguém lhe oferecer ajuda, aceite. O segredo é não se tornar totalmente dependente. Para isso, planeje-se. Ao seu tempo, você e sua mulher retomarão suas vidas. Procurem viver um dia de cada vez. Tendo condições de contratar uma enfermeira ou babá para este primeiro período, minha sugestão é CONTRATE (especialmente se não puder contar com o apoio dos familiares e não se importar com a presença de pessoas estranhas em sua casa). Para muitos, esse início pode ser de difícil adaptação, mas tenha sempre em mente que é complicado, mas não é eterno. Isso me serviu como um mantra.

Durante esta semana, continuei a trabalhar e à noite cumpria minhas tarefas diárias como pai. Porém, na sexta-feira, entrei de férias! A partir de agora, eu poderia contribuir mais em casa e curtir a minha família.
Já no meu primeiro dia de férias, nada de descanso. O Antônio Bento precisava visitar o pediatra.

É recomendável que os bebês visitem o pediatra quinze dias depois do nascimento para realizarem a pesagem, serem examinados e terem seus exames (pezinho e orelhinha) lidos pelo médico.

Naquele mesmo dia, minha mulher tiraria os pontos da cirurgia no consultório da obstetra. Nossa agenda estava lotada.
Optamos por não continuar com a mesma pediatra que participou do parto do Antônio Bento. Nada relacionado à profissional, mas sim à distância. O consultório dela era em um bairro distante da nossa casa, o que nos fez procurar outro especialista.

Esta era a primeira vez que o Antônio Bento sairia de casa por muito tempo. Procuramos colocar tudo que ele precisaria dentro da bolsa e partimos para esta "dupla jornada".

-Paulo, tô tensa.
-Magina Ju, ele está ótimo e sua cicatrização foi excelente. Vai dar tudo certo.
-Paulo, tô falando desse elevador. Você viu quantos consultórios tem nesse prédio?! Nesse momento devem ter oito pessoas doentes subindo conosco e uma comunidade de fungos e bactérias no ar. Socorro!

Até pensei em tapar o nariz do meu filho ou apertar o botão de emergência, mas mantive a calma e falei para ela se controlar também.

Durante a consulta, após um bom tempo na sala de espera (acostume-se com isso), descobrimos que ele não estava no peso "ideal".

Quando o bebê nasce, ele perde alguns gramas antes de deixar a maternidade, o que pode chegar a 10% do peso do nascimento. Depois que começa a se alimentar, o bebê "deve" recuperar o que perdeu em até 15 dias. Caso isso não ocorra, o médico lhe dirá o que fazer.

Um dos motivos pelos quais o Antônio Bento poderia não ter recuperado seu peso de nascimento foi o fato de termos deixado que ele dormisse durante toda a madrugada. Achávamos uma benção o meninão dormir às 0h e acordar por volta das 5h ou 6h. Ledo engano. Mesmo passados os dez primeiros dias, por ordem médica a partir de agora teríamos que acordá-lo de 3 em 3 horas para mamar incluindo a madrugada.

Saímos meio decepcionados do consultório, mas estávamos confiantes que o novo "plano de amamentação" daria certo. Dali, partimos para o consultório da obstetra, que retirou os pontos e deu nota 10 para a minha mulher. Agora ela estava livre do curativo e nós tínhamos enfrentado com êxito essa grande jornada!

Era hora de aproveitar minhas férias ao lado da minha família. Nossa vida começava a voltar ao normal. Estávamos mais fortes, mais confiantes, criando nossas identidades de pais.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

No olho do furacão (4) - Palavra do Especialista - Chupeta

Ainda na primeira semana em casa, percebemos que os choros do Antônio Bento começaram a ficar mais recorrentes. O simples ato de trocar a fralda mais parecida um ritual de tortura medieval. Na hora de dormir, ele demorava a pegar no sono e parecia irritado com alguma coisa. Mas o quê? A fralda estava limpa, ele estava quentinho, confortável, de barriga cheia...

-Paulo, pode falar aí no trabalho?
-Posso. Tudo bem?
-Tudo ótimo! Dei a chupeta! Ele está quietinho!
-Quer dizer que nossos problemas acabaram!?
-Paulo, é só uma chupeta.

Ao mesmo tempo que estávamos felizes em saber que a necessidade de sucção suprida cessava o choro do nosso filho e o alcalmava, ficamos preocupados em relação à chupeta. Podíamos mesmo dá-la ao nosso filho? E a arcada dentária dele? E a respiração? E se ele largasse o peito?

Antônio Bento e sua inseparável chupeta

Várias dúvidas surgiram. Antes de darmos o polêmico "bico plástico" a ele, lemos muitos artigos de especialistas que defendem o uso chupeta, mas com algumas restrições. Mas que restrições são essas?

Neste post, inauguro a "Palavra do Especialista", uma seção na qual publicarei artigos (escritos especialmente para o PAIciência) de especialistas colaboradores. E para começar, dou a palavra à Drª Camila Guimarães:

Odontologia Infantil - Posso dar Chupeta para o meu filho, Doutor?

Sinto-me honrada por poder representar a odontologia nesse cantinho tão especial. Venho acompanhando o PAIciência e me senti motivada a escrever algumas orientações para os papais e mamães sobre Saúde Bucal Infantil. Um assunto importantíssimo para o bem estar da criança e, com certeza, para a tranquilidade dos pais.

Preservar a saúde de um filho é obrigação de todo responsável e eu espero saciar todas as dúvidas referentes á odontologia infantil.

Primeiramente, quero me apresentar. Me chamo Camila Guimarães, sou dentista formada na UNIFEB, em Barretos e estou "Periodontistando" na UNESP - Araraquara. Tenho uma relação especial com os meus pacientes infantis, costumo dizer que meu consultório fica iluminado após o atendimento desses baixinhos.

Também sou responsável por um blog voltado ao público odontológico chamado "Sofá do Dentista" e a Enciclopédia Odontológica, a "OdontoPédia". Meu maior prazer é poder levar informações aos meus leitores, o conhecimento é uma das maiores virtudes do homem, e no que eu puder contribuir para a compreensão da Odontologia, farei.

A pedido do papai Paulo, hoje falarei sobre a chupeta. Um assunto um tanto polêmico na nossa área, e que só conseguimos diagnóstico e tratamento com a ajuda de vocês, papais e mamães.

O "Dar ou não dar chupeta ao meu filho?" é uma das perguntas mais ouvidas pelo dentista dos pequeninos. E a minha resposta é: "talvez". Posso explicar. Todo bebê, ao nascer, necessita praticar a sucção, ou seja, os movimentos realizados pelas estruturas orais da criança, compreendendo língua, lábios, mucosa, músculos e ossos presentes na cavidade oral, precisam ser exercitados para o desenvolvimento saudável e harmonioso da face.

O correto seria que a criança se satisfizesse no peito da mãe. Além de receber o leite materno, que é o melhor alimento para o bebê, seu filho encontrará no bico do seio a estrutura ideal para a prática da sucção. Ele estaria se alimentando e saciando sua vontade de sugar.

Porém, isso raramente acontece; na maioria das vezes, o pequeno mata a sua fome, mas não a necessidade de sugar. Para se satisfazer, a criança acaba levando a mão a boca, e chupa o dedo. 

Chupar dedo está errado, é prejudicial ao desenvolvimento facial e está em constante contato com bactérias. O correto, nessa situação, é a troca do dedo pela chupeta. Mas daí vocês me perguntam: "Então a chupeta não é prejudicial ao desenvolvimento das estruturas da face?".  Posso explicar isso também.

Não, se ela for usada com moderação e retirada na época certa. Crianças com chupetas sempre a mão vão usá-las a toda hora, em todo lugar, fazendo disso um hábito nocivo. Consequentemente, os danos serão maiores e a retirada da chupeta, mais dificultosa. 

A chupeta indicada para o seu filho é a compatível ao tamanho dele. Chupetas grandes para boquinha pequena não é o ideal, tenham bom senso quanto a isso. Eu recomendo a retirada da chupeta aos 2 anos de idade.

Faça um acompanhamento periódico com o odontopediatra, leve seu filhote ás consultas e tire todas as suas dúvidas com o dentista. Como eu disse no começo do texto, mantenha-se informado, a saúde bucal da sua criança começa em casa. 

A minha dica de hoje é dar uma espiada no blog do meu amigo Tio Dentista. O Blog do Tio é um guia completo para papais e mamães. Tenho certeza que vocês vão adorar.

http://tiodentista.com.br/

http://www.sofadodentista.com.br/

http://www.odontopedia.info/ 

Até a próxima!

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

No olho do furacão (3) - Primeira Semana em Casa

Cadeirinha instalada no carro, era hora de ir para casa. Fui dirigindo devagar e desviando das crateras típicas das ruas cariocas.

-Paulo, pelo amor de deus, eu estou de cinta, mas ela não faz milagres, vai devagar!
 
Ainda cansados, não demorou muito para percebermos que não tínhamos mais a estrutura da maternidade à nossa disposição. Uma nova vida começava. Colocaríamos em prática tudo aquilo que planejamos durante os nove meses de gestação. Minha mãe e minha sogra foram responsáveis por nos apoiar nesta primeira semana. Se estava difícil na maternidade, em casa as coisas pareciam ter piorado. 

A angústia da amamentação continuou. Ele não pegava no peito facilmente e dormia durante horas seguidas, nos obrigando a fazer o cansativo "ritual do despertar". O desconforto no peito ao amamentar não melhorou. Minha mulher chutava o chão de dor a cada sugada... Não era uma cena agradável de se assistir. Eu suava só de olhar.

Tentamos criar uma rotina e dividimos as funções. Aos poucos, percebemos que tudo ia se encaixando, desde a reposição do algodão, à roupa lavada.  O cansaço ainda era o nosso pior inimigo.  Às vezes, éramos surpreendidos por um forte sentimento de "e agora?", mas que logo sumiam após uma crise de choro ou riso.A cada soneca tirada, recarregávamos nossas energias.

Organizem-se. Criem uma lista e pendure-a em local visível para que vocês não se percam em seus afazeres. A lista não lhes deixará esquecerem de nada neste momento cansativo. Tente descansar toda vez que o bebê dormir. Nós pais também precisamos nos organizar - fique atento às compras de supermercado, contas do mês e aos ítens da farmácia.

Na divisão das tarefas, fiquei responsável por dar banho no Antônio Bento! Com a banheira cheia de água morna (capaz de deixá-lo com o corpo inteiro submerso), mergulhei meu filho num ritual de cantoria, limpeza e massagem. Deu certo. Ele ficou quietinho e curtiu bastante. Entre os meus afazeres estavam ainda trocar a fralda, cuidar do umbigo, dar colo e colocar para arrotar.


Gostoso, pra chuchu, chuá, chuá!

No terceiro dia em casa, fomos até ao posto de saúde mais próximo para vaciná-lo. Ele tomou a BCG (Bacillus Calmette-Guérin), uma vacina contra a tuberculose, que deve ser dada logo nos primeiros dias de vida. Subcutânea, a injeção não dói tanto. Nosso filho se comportou feito um rapaz.

No dia seguinte, era a vez do teste do pezinho e da orelhinha. Preferimos o serviço médico em domicílio, mesmo tendo que pagar mais caro. A experiência de tirar uma recém nascido de casa no dia anterior nos mostrou o trabalho que dá. Mais uma vez ele se comportou nos dois testes.

O Teste do Pezinho é um exame simples, que pode detectar precocemente doenças metabólicas, genéticas e ou infeciosas. Teste da Orelhinha, ou Triagem Auditiva Neonatal, consiste na colocação de um fone acoplado a um computador na orelha do bebê que emite sons de fraca intensidade e recolhe as respostas que a orelha interna do bebê produz. Ambos devem ser realizados nos primeiros dias de vida.

Após os cinco dias corridos de licença-paternidade, voltei ao trabalho. Não foi nada fácil. Ainda lesado e com sono, tive que cumprir com as minhas responsabilidades "trabalhísticas".

Minha mãe ajudou no "plantão noturno", então, pude descansar durante a noite com o auxílio de um protetor auricular (recomendo muito). Todas as vezes que ele chorava para mamar, eu ia dar uma espiada e recebia um "Paulo, vai dormir!".

Durante o dia, minha sogra cuidava das roupas, ajudava na limpeza da casa e minha mãe cozinhava. Não há palavras para agradecê-las. Foram dias mal dormidos, muitos afazeres, mas em nenhum momento nos sentimos sós. Fomos supridos pelo amor de mãe dessas duas maravilhosas mulheres.


Mães e avós, nossas heroínas

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

No olho do furacão (2)

A recuperação da minha mulher dependeu muito da sua força de vontade. Naquela mesma noite, ela levantou da cama pela primeira vez enfrentando dores colossais. Mais tarde, a sonda e o soro foram retirados. Coragem e determinação foram palavras chave diante daquela situação toda.

Ela não se deixou abater pela estafa. Cumprindo orientações médicas, entre uma mamada e outra, caminhamos juntos até o elevador da maternidade. Como uma verdadeira guerreira, ela fez o que tinha que fazer.

Caminhar pelos corredores da maternidade ajudam no funcionamento do intestino e eliminação dos gases.  Aos poucos, as mães vão ganhando coragem e firmeza ao andar. É preciso dar muito carinho à sua mulher neste momento e entender que o choro é uma válvula de escape para tantas mudanças . Tente não entrar em pânico e não a julgue. Seja forte também.

Após mais uma noite em claro, no dia seguinte, as dores continuaram e o trabalho maçante com a amamentação também. Até que naquela manhã:

-Boa tarde mamãe e papai, eu sou a enfermeira responsável pelo primeiro banho do Antônio Bento! Fiquem atentos ao que vou dizer e fazer. Assim, vocês aprenderão tudinho.

Carregando uma banheira no formato de uma barca, a enfermeira despiu nosso filho segurando-o como se fosse uma batata doce e iniciou o "processo de tortura".

-Mamãe e papai, o Antônio Bento vai chorar e ficar vermelho durante o banho, mas isso é normal...

De forma automática, ela foi dando o banho e narrando uma espécie de passo-a-passo ao som estridente do choro dele. Aquilo não podia ser normal. A "barca dos horrores" estava me tirando do sério. Ao final daquele ritual escabroso, estávamos todos surdos e chocados com a situação surreal que presenciamos. Eu já pensava em ligar para um psicólogo infantil...

Durante o dia, recebemos amigos e familiares. Ganhamos presentes e muito carinho. Ainda abatida pelas noites mal dormidas, Juliana socializou, distraindo um pouco a mente.

Na segunda noite, por ordem médica, o Antônio Bento dormiu no berçário. Preocupada com a recuperação da Juliana, que ainda estava internada e recebendo medicação venosa, a obstetra orientou que ela não se preocupasse em amamentá-lo durante a madrugada.

Mesmo com o receio dele ser alimentado com suplemento e perder a vontade de mamar no peito, entregamos nosso príncipe para as enfermeiras do berçário. Não tínhamos outra opção. Estávamos no nosso limite. Precisávamos descansar. Minha sogra se ofereceu para dormir com a minha mulher naquela noite, me dando folga para dormir em casa. Eu aceitei, claro.

Estratégias como esta podem ajudar e muito. Não negue ajuda neste momento. Qualquer auxílio será bem vindo, seja ele qual for. Descansar faz toda a diferença.

Dormir  foi um santo remédio para lidarmos com o estresse inicial. Após um sono reparador, estávamos mais seguros e "prontos para outra". A percepção da realidade voltou, o nosso bom senso também. Antes, estávamos cegos em fazer o melhor para ele, sem pensar nas consequências físicas e mentais que aquilo poderia gerar em nós. Começamos a priorizar para evitar um desgaste desnecessário.

Querer fazer o melhor para o seu filho e se preocupar com ele é normal. Tente não exagerar. Ninguém é um super homem ou uma super mulher. Faça o que você conseguir. Não tente ultrapassar seus limites. Lembre-se que agora o seu filho precisa de você. Preserve-se.

Após a alta da obstetra e da pediatra, era hora de ir para casa.

Antônio Bento indo para casa

Uma nova fase se iniciava em nossas vidas.